11 de Agosto de 2022
- 2º Grau
Acesse: https://www.jusbrasil.com.br/cadastro
Detalhes da Jurisprudência
Processo
Órgão Julgador
Publicação
Julgamento
Relator
Acesse: https://www.jusbrasil.com.br/cadastro
Inteiro Teor
Superior Tribunal de Justiça Revista Eletrônica de Jurisprudência |
RELATOR | : | MINISTRO SEBASTIÃO REIS JÚNIOR |
AGRAVANTE | : | MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL |
AGRAVADO | : | NELSON CORREIA JUNIOR |
ADVOGADO | : | GISELE APARECIDA DE GODOY - SP204296 |
EMENTA
ACÓRDÃO
O EXMO. SR. MINISTRO SEBASTIÃO REIS JÚNIOR: Trata-se de agravo regimental interposto pelo Ministério Público Federal contra decisão, de minha relatoria, que concedeu a ordem de habeas corpus para redimensionar a pena imposta ao ora agravado. Esta, a ementa da decisão (fl. 140):
Alega o agravante que a elevação feita por cada uma das circunstâncias não se mostra adequada, porque, dessa forma, a pena-base jamais poderia ser fixada no piso máximo, ainda que todas as circunstâncias fossem consideradas negativas ao réu.
Sustenta também que a valoração feita está aquém da gravidade do delito, devendo assim ser elevada a reprimenda.
É o relatório.
O EXMO. SR. MINISTRO SEBASTIÃO REIS JÚNIOR (RELATOR): Razão não assiste ao agravante. O fato de que se forem somadas todas as circunstâncias judiciais não seria possível chegar na pena máxima não quer dizer que a fixação da reprimenda esteja errada, porque não necessariamente a soma de todas as vetoriais precisa ser o máximo da pena.
Tal parâmetro existe para o julgador ter um limite em que se basear, no entanto, poderá exasperar a pena em anos apenas em razão de uma única circunstância, se essa se mostrar extremamente negativa, ou poderá também elevar a pena em poucos meses, por uma vetorial, se assim entender necessário.
Na hipótese, tal como mencionado, tanto as circunstâncias como as consequências do crime foram valoradas concretamente. Foi relevada a ousadia do ora agravado, pois não apenas buscou fazer com que o servidor público atuasse segundo os interesses das empresas, mas também teve o interesse de se beneficiar individualmente, além do fato de que os trabalhadores foram prejudicados ao terem suas homologações de contrato efetuadas sem sua presença, com data retroativa, e sem o pagamento das verbas devidas. Entretanto, a elevação da pena em 1⁄2 da pena-base se mostrou de fato muito excessiva, sendo razoável o aumento de 4 meses para cada uma das circunstâncias.
Assim, por ser a reprimenda final inferior a 4 anos de reclusão e sendo o agravado primário e sem antecedentes criminais, é possível a fixação no regime aberto, nos termos do art. 33 do Código Penal.
Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental.
Número Registro: 2018⁄0335759-4 | HC 484.419 ⁄ SP |
EM MESA | JULGADO: 07⁄05⁄2019 |
IMPETRANTE | : | GISELE APARECIDA DE GODOY |
ADVOGADO | : | GISELE APARECIDA DE GODOY - SP204296 |
IMPETRADO | : | TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3A REGIÃO |
PACIENTE | : | NELSON CORREIA JUNIOR |
CORRÉU | : | JOSE EDUARDO SANDOVAL NOGUEIRA |
CORRÉU | : | ARNOLDO LUIZ NAPPI |
CORRÉU | : | EVERSON LUIZ NAPPI |
AGRAVANTE | : | MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL |
AGRAVADO | : | NELSON CORREIA JUNIOR |
ADVOGADO | : | GISELE APARECIDA DE GODOY - SP204296 |
Documento: XXXXX | Inteiro Teor do Acórdão | - DJe: 15/05/2019 |